blog sobre micologia médica

Patologia Clínica CHUC Coimbra Portugal

Fusarium dimerum keratitis

Artigo publicado: Fusarium dimerum - um caso de queratite.
Artigo publicado: Rinosinusite induzida por Schizophyllum radiatum

Artigo publicado: Chronic invasive rhinosinusitis by Conidiobolus coronatus, an emerging microorganism

Artigo publicado: Antifungals: From Pharmacokinetics to Clinical Practice

terça-feira, 22 de maio de 2018

MUCOR CIRCINELLOIDES

O Mucor circinelloides faz parte do grupo dos zigomicetes.

É um fungo de crescimento rápido apresentando hifas, coenociticas, largas ou em fita, escassamente septadas. (coenocitica significa célula multinucleada)

Esta estirpe foi isolada em secreções bronquicas de um paciente com bronquiectasias e foi reportada como fungo contaminante não patogénico.

A identificação foi feita, como é regra para os zigomicetes, com base na morfologia, cor e arranjo relativo no micélio do sporangioforo; e, também nas características macroscópicas da colónia.

São raros os casos existentes na literatura médica em que este fungo desempenha um papel determinante no processo patogénico em humanos. Estão descritas infecções em veterinária.

O género Mucor inclui várias espécies todas elas com pouco poder patogénico em humanos, no entanto a espécie circinilloides e a espécie hiemalis tem casos descritos na literatura médica.

Esta estirpe foi cultivada em Sabouraud com cloranfenicol e gentamicina a 30 graus Celsius.

A análise macroscópica da colónia revela um crescimento rápido ocupando a totalidade da placa em  menos de 10 dias, a cor é cinzenta/acastanhada e o reverso e branco acinzentado, a textura é lanosa.

A análise microscópica revela hifas, largas em fita, escassamente septadas. Os esporangioforos são hialinos, ramificados e apresentam uma muito típica curvatura da haste. A sporangia é acastanhada com columela pouco ou nada evidente. Os esporangiosporos são elípticos com parede lisa.

Colónia com 7 dias de incubação.



Reverso da colónia.

A curvatura da haste do sporangioforo é típica desta espécie.






É possível observar-se a columela no interior do sporangio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

FUSARIUM DIMERUM VARIEDADE PENZIGII

Actualmente, resultante de estudos de biologia molecular, aceita-se a existência do complexo de espécies relacionadas com o Fusarium dimerum.  Este grupo é composto por 12 espécies diferentes sendo que três delas estão descritas como agentes patogénicos em humanos (o F. dimerum, o F. penzigii e o F. delphinoides). Estes fungos  estão particularmente associados a queratites.

Algumas das imagens fazem parte do artigo da Revista mycopathologia -
do Carmo, A., Costa, E., Marques, M. et al. Mycopathologia (2016) 181: 879. https://doi.org/10.1007/s11046-016-0060-1



O género Fusarium é um agente patogénico universal e importante do ponto de vista económico no mundo agrícola. Como agente patogénico nos humanos os Fusarium, adquiridos como oportunistas, são também responsáveis por causar um amplo espectro de doenças respiratórias em hospedeiros imunocomprometidos, incluindo sinusite alérgica, sinusite crónica não invasiva, infecções disseminadas em doentes gravemente imunocomprometidos e, também, por infecções a nível oftalmológico.


O tratamento da fusariose, em particular das infecções causadas por Fusarium solani, é dificultado pela resistência intrínseca a muitos medicamentos antifúngicos, incluindo equinocandinas [105] e azóis. O antifúngico polieno, natamicina é activo contra Fusarium spp. e é frequentemente utilizado em combinação com voriconazol para a queeratite fúngica associada a Fusarium.



Colónia com 3 dias de incubação.



Colónia com 7 dias de incubação.




Colónia com 16 dias de incubação.

Reverso da colónia.







segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

TRICHOPHYTON BENHAMIAE

O T. benhamiae é um fungo filamentoso septado hialino, englobado no grupo dos dermatófitos.
O primeiro caso de dermatofitose em humanos causada por esta espécie foi relatado  no Japão, em 2002. Desde então, foi isolada na pele, em cabelos e unhas.

É um dermatófito zoofílico e como tal é frequentemente isolado no couro cabeludo e áreas de pele expostas. Atinge em particular crianças que possuem porquinhos da India (Guinea pigs) como animais de estimação já que este animal constitui um reservatório habitual.
As lesões inflamatórias no couro cabeludo, tinea capitis, são de particular exuberância dando origem a kerion de Celsi.

A análise macroscópica da colónia permite distinguir dois grupos (fenotipos) consoante a cor: brancos e amarelos. É frequente a existência de pleomorfismo.

A análise microscópica do micélio revela microconideos piriformes/globosos, no fenotipo amarelo o meio de Sabouraud permite apenas uma numero limitado de micronideos já com PDA os microconideos são mais frequentes. Os microconideos são mais frequentes em Sabouraud no fenotipo branco



Colónias com 5 dias de incubação.
Evidencia de pleomorfismo, as 3 colónias provêem da mesma estirpe.

Colónias com 5 dias de incubação.

Colónias com 5 dias de incubação.

Colónias com 5 dias de incubação.

Reverso da colónia.

 Colónias com 7 dias de incubação.

Colónias com 7 dias de incubação.

Reverso da colónia.

Colónias com 11 dias de incubação.
Colónias com 11 dias de incubação.

Colónias com 11 dias de incubação.

Reverso da colónia.



EPIDERMOPHYTON FLOCCOSUM (2)

É um fungo bonito!


Colónia com 12 dias de incubação.

Colónia com 22 dias de incubação.

Reverso da colónia.


Colónia com 31 dias de incubação.