blog sobre micologia médica

Patologia Clínica CHUC Coimbra Portugal

Fusarium dimerum keratitis

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Artigo publicado: Rinosinusite induzida por Schizophyllum radiatum

Artigo publicado: Chronic invasive rhinosinusitis by Conidiobolus coronatus, an emerging microorganism

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FUNGOS RELEVANTES EM MICOLOGIA MÉDICA



Os fungos são uma parte integrante da biosfera terrestre. Estão amplamente distribuídos em todos os continentes e ecossistemas e desempenham uma diversidade de papéis. A compreensão das ameaças fúngicas aos seres humanos e os principais fatores que para elas contribuem são peças chaves para a atitude terapêutica. 
Entre as cerca de 140.000 espécies conhecidas, das cerca de seis milhões de espécies fúngicas na Terra, cerca de 10% ameaçam direta ou indiretamente a saúde e o bem-estar humano. 
As principais ameaças incluem o envenenamento por cogumelos, alergias fúngicas, infeções de plantas cultivadas, contaminação alimentar por micotoxinas, e micoses nos seres humanos. 
Tem sido identificado um número crescente de fatores com impacto em várias ameaças fúngicas, incluindo demografia humana, distribuição de culturas vegetais, atividades antropogénicas, dispersão de agentes patogénicos, alterações climáticas globais, e/ou as aplicações de antifúngicos e fungicidas agrícolas. Contudo, embora tenham sido desenvolvidos modelos para analisar vários processos de ameaças individuais e de gestão de ameaças, os dados actuais são principalmente descritivos e incompletos, e existem obstáculos significativos à integração dos diversos factores nas avaliações quantitativas precisas das ameaças fúngicas. Com os crescentes avanços tecnológicos e esforços concertados para rastrear os dados espaciais e temporais sobre variáveis climáticas e ambientais; micotoxinas nas cadeias de fornecimento de rações e alimentos; dinâmica da população fúngica nos campos de culturas, populações humanas e animais, e no ambiente; demografia da população humana; e a prevalência e severidade das alergias e doenças fúngicas, a nossa capacidade de avaliar com precisão as ameaças fúngicas irá melhorar. Tais melhorias deverão ajudar-nos a desenvolver estratégias holísticas para gerir as ameaças fúngicas no futuro.

A tabela pretende classificar os fungos relevantes em micologia médica de um modo o mais simplificado possível, utiliza ainda a taxonomia clássica. 
Os diversos grupos não obedecem a um padrão único mas o que se pretende é uma ajuda à identificação tanto por critérios positivos quer por critérios de exclusão como o que é feito recorrendo ao grupo "dermatófitos" (praticamente limitados a alguns produtos - pele ,cabelo e unhas).
Recentemente a taxonomia tem vindo a ser modificada com base em estudos de biologia molecular. 

Assim novos géneros/espécies passaram a existir:

     Pichia kudriavzevii                (anteriormente Candida krusei), 
     Meyerozyma guilliermondii  (anteriormente Candida guilliermondii), 
     Clavispora lusitaniae             (anteriormente Candida lusitaniae), 
     Kluyveromyces marxianus    (anteriormente Candida kefyrmondii), 
     Clavispora lusitaniae             (anteriormente Candida lusitaniae), e 
     Wickerhamulomyces             (anteriormente Candida pellosa) anomalias. 

     C. glabrata e C. parapsilosis são agora reconhecidos como complexos de espécies 



De qualquer maneira convém enfatizar que  estas cinco espécies
     Candida albicans, 
     C. parapsilosis, 
     C. glabrata, 
     C. tropicalis e 
     Pichia kudriavzevii. 

são responsáveis por mais de 95% das infeções humanas.




Os novos géneros classificados em micologia médica passam a ser 

          Candida                                                 Clavispora
          Meyerozyma                                         Cyberlindnera
          Cryptococcus                                        Diutina
          Pichia                                                    Debaryomyces
         Trichosporon                                          Kluyveromyces
         Malassezia                                             Torulaspora
         Rhodotorula                                           Wickerhamomyces
         Saccharomyces                                      Yarrowia




TABELA CLÁSSICA:


FUNGOS
RELEVANTES EM MICOLOGIA MÉDICA
UNICELULARES
LEVEDURAS




CANDIDA



ALBICANS

NÃO ALBICANS


GLABRATA
PARAPSILOSIS
KRUSEI
GUILLIERMONDII
NORVEGENSIS
LUSITANIAE
TROPICALIS
FAMATA
DUBLINIENSIS
NÃO CANDIDA



CRYPTOCOCCUS
neoformans, gattii
MALASSEZIA
Pityrosporum ovale
TRICHOSPORON
beigellii, asahii
BLASTOSCHISOMYCES
capitatus
SACCHAROMYCES
cerevisiae
RHODOTORULA
mucilaginosa, rubra
PLURICELULARES
FUNGOS FILAMENTOSOS




SEPTADOS
HIALINOS



ACREMONIUM

ASPERGILLUS

CHRYSOSPORIUM

FUSARIUM

GEOTRICHUM

ONYCHOCOLA

PAECILOMYCES

PENICILLIUM

SCEDOSPORIUM

SCOPULARIOPSIS

VERTICILIUM


SEPTADOS DEMATIACEOS
(COM MELANINA)



ALTERNARIA

CLADOPHIALOPHORA

CLADOSPORIUM

CURVULARIA

EXOPHIALA

PHIALOPHORA

SCEDOSPORIUM

SPOROTHRIX

STEMPHYLIUM

ULOCLADIUM



ZYGOMYCETES
raramente septados



RHIZOPUS

MUCOR

RHIZOMUCOR

CUNNINGHAMELLA

ABSIDIA (Lichtheimia)

BASIDIOBOLUS

CONIDIOBOLUS


COELOMYCETES



NATTRASSIA
mangiferae
PHOMA


DIMÓRFICOS




São fungos com uma fase micelar (filamentosa) e uma fase leveduriforme.
HISTOPLASMA
capsulatum, duboisii
COCCIDIOIDES
Immitis/posadasii
PARACOCCIDIOIDES
brasiliensis
BLASTOMYCES
dermatitidis
SPOROTRIX
schenckii
DERMATÓFITOS




São fungos filamentosos com afinidade para as estruturas queratinizadas dos tegumentos.

A temperatura de incubação em laboratório deve ser  26 oC.
EPIDERMOPHYTON
flocosum
TRICHOPHYTON
rubrum

mentagrophytes
interdigitale
soudanensis
tonsurans
violaceum
megninii
...
MICROSPORUM
canis

audoinii
gypseum

...

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